quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dawkins X Eagleton


Nessa semana um programa da globonews, o Milênio, entrevistou um crítico de literatura chamado Terry Eagleton. Nunca havia ouvido falar, mas gostei muito da entrevista. No blog do programa foram postadas os extras da entrevistas junto com as entrevistas de Hitchens e Dawkins, feitas anteriormente. Muito interessante.

Um comentário:

  1. Acabei de ver os quatro vídeos (Dawkins (2), Hitches e os extras de Eagleton).
    Me sinto enriquecido. A discussão é muito boa. E o programa merece os parabéns.
    Como estudante de filosofia, acabo vendo em Eagleton um intelecutal muito mais completo (o que fica evidente na dificuldade de responder simplistamente à questão "what is that means?" sem fazer referência a um contexto muito maior).
    O que Eagleton fala sobre a questão da doutrinação do ambiente familiar é exatamente o que eu pensei: porque Dawkins se considera totalmente fora de perigo em relação a doutrinação familiar? dizer para a filha de 10 anos que só a evidência é uma fonte segura do conhecimento não é doutrinar uma crença? há tantos sentimentos, intuições e vontades que escapam ao comodismo da evidência empírica e há tantas ilusões que podem advir dos órgãos sensoriais...
    Penso que o que torna Dawkins menos completo como intelectual é a clara extrapolação dos limites metodológicos da biologia. Dizer que o "sentido" da vida segundo a biologia é a perpetuação do DNA e depois dizer que cada pessoa tem a liberdade de dar um "sentido" à própria vida, como se as expressões fossem equivalentes nas duas frases parece ser um absurdo. Se só um ser consciente da própria existência pode dar um sentido a ela, é claro que a natureza não tem um "sentido" próprio.
    É claro que Eagleton precisa deixar mais claro (e penso que o entrevistador não tem culpa por essa lacuna) como ele concilia a sua visão do cristianismo (que parece muito positiva) com uma doutrina basicamente ateísta - o marxismo.
    Acho que ainda podemos esperar boas contribuições vindas desses intelectuais. E quem sabe alguma mudança de posicionamento.
    Talvez ainda vejamos debates melhores do que esse. Não que eu seja um iluminista que pensa que a humanidade sempre melhora... hehe

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