domingo, 12 de junho de 2011

INTO THE WILD


Christopher McCandless foi um jovem estadunidense que nasceu em 1968. Quando tinha um pouco mais de 20 anos, o que é bem próximo da minha idade e da idade dos meus amigos mais próximos, ele decidiu fazer uma loucura. Fugir da situação confortável de sua casa e cair na natureza selvagem. Essa história é retratada magistralmente belo filme Into the Wild (no Brasil: Na Natureza Selvagem) do diretor Sean Penn.

Experimentar liberdade e distância das relações de dominação familiar eram os principais anseios de Christopher. Em sua saga ele conhece muita gente maluca, muita gente boa e se vê em inúmeras situações riquíssimas e outras um tanto sombrias.



Assisti esse filme na última sexta pela segunda vez com amigos de São Carlos, incluindo minha namorada e meu irmão. Só terminei de ver o filme ontem (sábado) e me surpreendeu perceber tantos detalhes brilhantes que eu não tinha percebido da primeira vez (aliás, isso sempre acontece quando você assiste um bom filme pela 2a vez).

Christopher entende, a partir do relacionamento com seus pais, que as relações humanas estão corrompidas, que a sociedade é doente. [Society man!, Society!] Parece que havia uma necessidade de se fugir do homem. Pra mim, ele estava completamente correto! Completamente.

Mas a decisão de sair por aí e se isolar na natureza não é tão acertada. "A felicidade só é completa quando compartilhada". Mas, se somos realmente felizes apenas quando compartilhamos a felicidade com alguém, esse compartilhamento já exige um nível mínimo de sociedade. Então, acabamos voltando pra sociedade doente.

É um problema sem solução para muitos e todos os que refletem sobre a solidão ou sobre as brigas familiares intermináveis já pensaram seriamente sobre isso. É ainda mais tenso quando o problema se coloca num momento de separação dos pais, lutas da adolescência, crises de identidade e, às vezes, tudo isso junto. Eu já passei por crises do tipo. Talvez você também já.



Pra resolver esse problema na minha cabeça, tomei uma decisão que hoje, pra explicar, citaria CS Lewis:
"Eu acredito no cristianismo como eu acredito no sol, não por aquilo que ele é, mas que através dele eu posso ver tudo ao meu redor" 
Não se deduz do problema de Christopher que Deus existe. Mas se considerarmos que existe um Criador, que Ele é bom, e que nos criou para louvarmos a Ele no interior do ambiente familiar, então podemos ver mais claramente ao nosso redor:
Somos seres corruptos, ou melhor, corrompidos. De alguma forma corrompemos a boa obra do Criador, que inclui nossas próprias vidas. Necessitamos de uma restauração interna (algo que seja também uma espécie de retorno a um estado primitivo não-corrompido), para daí então, olharmos para o mundo a nossa volta e nos tornarmos agentes dessa restauração.

Sair pela natureza e se isolar não resolve nada. Ainda estaríamos encarcerados dentro de nós mesmos!



Me perdoem se pareci simplista na minha análise ou se não fui tão longe quanto você queria.
Se você tem algo a dizer, faça um comentário.

A todos que não viram o filme, assistam!
E os que já assistiram, assistam de novo. Talvez também sejam surpreendidos!

Abraços!

8 comentários:

  1. Nego,

    Gostei muito desse post. Além da boa propaganda do filme (me deixou realmente com vontade de assistir), vc ressaltou realidades bem presentes em nossa vida. Vivemos em um mundo (sistema) onde muitas vezes se busca a liberdade de forma impensada e a qualquer custo. Quando paramos pra pensar por um momento, a liberdade que pensamos alcançar nada mais é que uma prisão e escravidão aos próprios desejos libertinos. Hoje aprendi que liberdade é encontrar um Deus e desfrutar de um relacionamento pessoal com Ele e assim poder ser livre pra viver a vida de uma forma mais próxima daquela pela qual fomos prototipados. Isso me faz lembrar daquilo que agostinho chamava de "Saudade" de Deus, aquela sensação que somos totalmente satisfeitos e plenamente felizes quando nos voltamos ao Criador, o grande doador da e detentor da verdade que liberta!

    Abração meu querido. Vê se mantêm esse blog com posts...e ficaria feliz se postasse alguma coisa sobre o pensamento de Lewis (Estou lando "O peso de glória", sensacional!).

    Abdalla

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  2. Lut!
    Que vontade de assistir isso! Pena que não consegui ir lá na sexta feira...

    Não tenho quase nada a falar porque acho que você matou tudo nesse texto.

    Não se consegue liberdade livrando-se do que é mau, porque nós mesmos somos. E isso me lembra muito da sociologia do René Girard, sobre o bode expiatório, que diz que a sociedade sempre tenta projetar todo o mau em alguma ideia, entidade ou pessoa, para então destrui-la. É o caso dos sacrifícios indígenas, é o caso do ódio excessivo aos EUA e ao capitalismo, é o caso do racismo e do nazismo... Não resolve problema nenhum, pois o mau é inerente a qualquer homem. E o cristianismo é o único que resolve esse dilema, uma vez que Cristo levou todos os nossos pecados sobre si, tornando-se o "bode expiatório" de toda humanidade e nos redimindo por inteiro. Só aí conquistamos a liberdade, a liberdade de nós mesmos.

    Um abração! Aguardo por novos posts! hehe

    Fernando

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  3. Lut!

    Muito bom o post, muito.

    Penso que se vc estivesse aqui na discussão depois do filme teria colocado questões importantes que faltaram.
    Falamos bastante sobre a atitude egoísta do protagonista que, ao ler a realidade e ter uma sacada muito real, vai buscar a solução para o problema que encontrou, mas vai sozinho. Buscar a solução pro seu problema sem se preocupar com o resto das pessoas que ainda vivem nessa sociedade corrompida.(Society! Society, man!)

    O seu post já deixa claro que a leitura dele estava certa: a sociedade está corrompida e as relações estão fadadas ao fracasso. Isso pq os seres que compõe esses dois segmentos são corrompidos, totalmente depravados.
    O texto deixa claro também que a solução não está 'na natureza selvagem', mas no Criador dela.

    Deixo aqui minha contribuição e um desafio pessoal também: nós também sacamos que a realidade está cheia de corrupção (em tdos sentidos) e sabemos a solução. Agora precisamos compartilhar essa solução!

    Eu não quero que um dia, se fizerem o filme da minha vida, tdo mundo fique me destruindo e me chamando de egoísta depois de assistir, como aconteceu aqui na sexta-feira sobre o C. McCandless, haha.

    um beijo, Lut.
    quero ler mais o que vc tem escrito aqui.

    Ari.

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  4. E ae lut!!! Curti muito suas impressões sobre o filme.. Acho que o mesmo sentimento que você teve vendo esse filme eu também tive [society man, society!]

    Quando a gente percebe o quanto esse mundo é materialista, hipócrita, auto-destrutivo e etc. mais a gente tem vontade de tomar atitudes extremas como essa.. abandonar tudo e viver uma utopia longe de todos..

    Pensando na nossa caminhada cristã.. Quando a gente percebe esse mundo caído e encontra a Solução, somos tentados sempre a nos fechar no nosso clubinho gospel onde a gente pode discutir à vontade sobre o buraco que essa humanidade caminha.. O nosso "Magic Bus".

    Será que vamos esperar chegar no nosso último suspiro pra perceber que a felicidade (que é Cristo) só é completa quando compartilhada?

    Nós percebemos o problema e encontramos a solução. Vamos gritar ela bem alto ou correr para o Alasca e passar o resto das nossas vidas contemplando a nós mesmos por não sermos como os outros?

    Essa maçã é tão boa, tão orgânica.. você é uma Super Maçã!!! Alguém quer um pedaço dela?

    Abração!!!

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  5. Oi Luciano, gostei muito do formato do blog. Parabéns! Não é fácil tratar de uma questão como esta que este filme nos põe e é exatamente o que você se propõe aqui.
    Assisti este filme apenas uma vez, assim que der vejo novamente pra analisar melhor,mas acredito que minha opinião já foi explorada acima: a sociedade chegou em um ponto, principalmente de comodismo onde a resolução mais acertada de quem queira pensar sobre ela é a de abandoná-la. Principalmente após o cenário do mundo pós-guerra fria, onde vimos que não é possível substituir os hábitos de consumo e de acumulação por uma atituide de partilha.
    O protagonista do filme chegou ao limite de abandonar tudo o que "tinha". E experimentou na pele o quanto somos sociais por natureza.

    Um abraço,
    Vanessa

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  6. Achei muito interessante a parte em que o protagonista, mesmo a muito tempo longe do pai (maior causador de seus traumas e desilusões) ainda revivia momentos ruins em sua mente. Quando ele mata um alce e tenta prepará-lo para comer, ele relembra quando seu pai não o permitiu assar um churrasco, ou algo do tipo.
    Embora estivesse lá sozinho por muito tempo, longe da corrompida sociedade, ele ainda sofria as marcas resultantes das relações doentias. Ele ainda sangrava e sofria com seus ferimentos. Ele não se curou destes, mesmo que ainda isolado, mesmo que ainda depois de muito tempo. Sua grande idéia de se isolar do mundo não resolveria a grande problemática em questão (já citada e comentada) como também não traria resolução alguma do passado, não traria cura psicológica nem para seus traumas ou crise de identidade.
    A questão que me chamou a atenção e que eu gostaria de comentar é a falta de perdão presente em toda a história. É engraçado como o perdão cura nossos relacionamentos e também a nós quando perdoamos. Ainda assim parece uma árdua tarefa de negar de si mesmo. Nossa natureza corrompida tende a não querer o nosso próprio bem, e a buscar resoluções erradas e mais fáceis que a autonegação do ato de perdão.
    Sinceramente, cada dia mais acho que uma pessoa não consegue tal façanha sozinha. O dom do perdão é resultado de uma profunda transformação que só é alcançada na pessoa de Cristo. Através dEle e do seu agir em nós!
    Bom... Espero não ter falado algo muito óbvio.
    Arrivederci, Lut gay!

    Shell

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  7. Gente.. mto obrigado a cada um que ocmentou
    to emocionado com a participação de vcs
    até ontem eu nunca tinha recebido comentário em posts.. hehe
    Rubão, curti mto seu comentário mano! mto mesmo
    e shell, vc prestou atenção na última cena do filme?

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  8. E ae Lut... eu curti muito seu blog, li outras postagens e gostei, vou ficar sempre de olho aki...

    Respondendo a pergunta do lut para o Shell... Ele tava muito ocupado cantando a musica do filme... Hummmm.. humhumhuuummm.. hummmm...

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